quarta-feira, 24 de maio de 2017

Mulher Maravilha Terra Um - Volume um | Resenha

Nos graphic novels da coleção Terra Um, da DC Comics, os autores tem total liberdade para reinventar as histórias e origens dos  clássicos heróis, abordando o começo da vida heroica de cada um. Em uma impressionante HQ com ilustrações belíssimas de Yanick Paquette, Grant Morrison faz a sua releitura da gurreira amazona Mulher Maravilha, horando sua história e sua origem na comemoração de 75 anos da personagem.

Na sua versão, Morrison faz a apresentação de Diana Prince para que uma nova geração a conheça, respeitando o clássico e repaginando o símbolo que a heroína se tornou ao longo dos anos e nos mostra apenas alguma mudanças da história original, como o surgimento da Mulher Maravilha e a etnia de Steve Trevor, o homem que surge na ilha das Amazonas. 

Em "Terra Um" vamos acompanhar o julgamento de Diana por ter infringido as leis da Ilha Paraíso ao entrar em contato com o mundo dos homens, e por meio de flashbacks, nos é mostrado o que aconteceu fora da ilha a partir da captura de Prince a medida que ela e suas irmãs Amazonas vão relatando durante o julgamento. 


Assim como na história original as amazonas construíram uma sociedade próspera e longe da influência dos homens. Mas uma delas não está satisfeita com essa vida reclusa que levam: a filha da rainha Hipólita, Diana Prince, ela sente que precisa explorar o mundo, que há muito mais nele do que a ilha Paraíso. Sua mãe, no entanto é totalmente contra seus planos e não concorda, mas com a chegada de Steve Trevor, a Mulher Maravilha segue um plano audacioso e corajoso para levá-lo de volta ao seu mundo e acaba se aventurando no mundo dos homens, o mundo do patriarcado. Suas irmãs amazonas a perseguem e a captura, levando-a de volta ao seu mundo e assim começa o seu julgamento. 

O trabalho de Paquette na arte da graphic novel é muito bem feito, com as transições dos quadros bem sutis e usando elementos que retratam a heroína, como seu inconfundível "W" e o laço da verdade, bem como símbolos da cultura das amazonas dividindo as páginas. O roteiro pode parecer fraco para alguns fãs de Diana que a acompanham a mais tempo, mas ele nos mostra que ela é muito mais do que um instrumento de combate, lutas e vingança, é alguém que busca seu próprio caminho e procura uma ponte entre mundos, tendo em mente que nesta releitura ela está presa entre dois mundo e nenhum deles é seu lar. 


Em primeiro momento achei que a história precisava de mais ação, mas refletindo melhor e lendo outras críticas em sites eu compreendi qual é o propósito do enredo, é uma história introdutória da heroína sem fugir muito de sua origem para que novos leitores a conheçam e para que os fãs mais antigos possam ver sob uma nova visão e perspectiva. A falta de um vilão pode estranhar alguns, mas volta ao ponto de que uma boa história de super herói não precisa de muitas cenas de luta e combates, nessa releitura o enredo se sustenta pelos importantes diálogos e pelos elementos visuais igualmente importantes. 


Uma releitura ousada, provocativa e atemporal que honra a história da maior campeã da Ilha paraíso que todos os fãs de quadrinhos ou da Mulher Maravilha deveriam ler com outros olhos e refletir sobre o que faz uma história de herói funcionar bem. Com um enredo bom, Mulher Maravilha Terra Um tem um encerramento que deixa ganchos para os próximos volumes da coleção. 

Avaliação: